Como uma tarde com elefantes em Chiang Mai redefiniu minha relação com viagens sustentáveis.
- Clarice Silva
- 8 de abr.
- 2 min de leitura
Eu nunca pensei que o momento mais impactante da minha viagem à Tailândia aconteceria em silêncio, no meio da floresta, sob o olhar de um elefante.

Estava em Chiang Mai, no norte do país, quando decidi visitar um santuário conhecido por seu trabalho ético com os animais. Já cheguei decidida: não iria participar da parte do banho. Confesso — era por nojo mesmo. Sabia que os elefantes faziam cocô na água, e aquilo me causava certo desconforto. Afinal, quem entra numa água assim, por escolha?
Mas o dia foi passando… e algo começou a mudar.
Fomos recebidos por cuidadores locais que contavam com carinho a história de cada elefante. Muitos haviam sido resgatados de situações de maus-tratos — circos, exploração turística, trabalhos forçados. Cada um carregava cicatrizes. E, ainda assim, havia algo nos olhos deles… algo doce. Era como se soubessem que, naquele lugar, estavam seguros.
Passamos a tarde caminhando com eles pela floresta. Sem correntes. Sem truques. Sem pressa. Aprendi a observar seus movimentos, suas expressões, seus silêncios. E, a certa altura, um deles se aproximou.
Foi devagar. Com aquele andar pesado e leve ao mesmo tempo. Me olhou bem nos olhos. E ali, naquele instante, algo em mim se desarmou. Era como se ele me dissesse: “Você pode confiar.”

Quando chegou a hora do banho, me vi parada à beira do rio, com a promessa que tinha feito a mim mesma ainda fresca na memória: “não vou entrar nessa água”.
Mas meu coração já estava lá dentro.
Sem pensar muito, tirei os sapatos, arregaçei as calças e fui.A água estava turva, sim.Mas a emoção limpava qualquer resíduo de dúvida.
Aproximar-se daquele animal com cuidado, jogar água em suas costas, vê-lo relaxar e, de certa forma, sorrir… foi um dos momentos mais puros da minha vida. A água suja não importava mais. Porque ali existia algo muito maior: entrega, confiança, cura.

Foi nessa tarde que entendi, de verdade, o que significa viajar com consciência.
O turismo sustentável não é só sobre não explorar. É sobre reverenciar. É sobre escolher experiências que transformam sem destruir. Que tocam sem ferir. Que nos fazem voltar melhores — para o mundo, e para nós mesmos.
Depois desse dia, nunca mais olhei para uma viagem da mesma forma. E sempre que penso na Tailândia, não lembro de templos ou praias. Lembro do olhar daquele elefante. E da escolha que fiz de me permitir viver algo que, no fundo, me assustava.
Se você também sente que está pronto(a) para viver uma viagem com verdade e propósito…...eu posso te ajudar a construir algo único. 🌿 Fale comigo. Vamos planejar sua próxima transformação.
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